Larissa mudou de Nutrição para Psicologia e garante que não se arrepende Foto: Fábio Dembisque |
Adriano Fonseca
Ana Leal
Daniellen Campos
Deilson Bispo
Fábio Dembisque
Nathália Moura
Todo
começo de ano jovens em idade universitária prestam vestibular para tentar
seguir uma carreira profissional. Alguns, recém-saídos do ensino médio traçando
sua primeira opção acadêmica ou universitários de segunda viagem dando mais uma
chance à vida de estudante.
Por
mais que o curso seja aquilo que o aluno sempre esperou, não é raro encontrar
aqueles presos pela dúvida do caminho tomado, ou que já estão tentando a
segunda ou terceira graduação.
Incentivada
pelos pais, a estudante do curso de Psicologia, Larissa Tavares, de 20 anos, sempre
viveu um dilema. Os pais sonhavam em formar uma nutricionista para que
futuramente ela pudesse cuidar do restaurante e petiscaria da família. Larissa
até tentou, cursou um ano da faculdade, mas em fevereiro de 2016 ingressou no
curso de Psicologia.
“No
final do ano eu ficava sempre me perguntando, até que tomei a decisão de ir
contra os planos dos meus pais e abandonei a Nutrição para seguir o curso que
sempre fui mais afim, Psicologia”, conta a jovem.
A
estudante não gostava do curso e sempre se via como psicóloga, achava que era
mais seu perfil. Prestes a terminar o primeiro termo e feliz com a sua escolha,
ela deixa um recado, para os que estão em dúvida: “Primeiramente as pessoas
devem fazer o que elas realmente gostam e não ir pela opinião dos outros, para evitar
se tornar um profissional frustrado”.
A enfermeira Amanda Barbedo conta que antes de fazer Enfermagem se aventurou em Fonoaudiologia Foto: Arquivo pessoal |
Amanda
Barbedo, de 29 anos e formada em Enfermagem, fez o curso de Fonoaudiologia
durante um semestre, mas acabou mudando de opção por causa de dúvidas sobre a
área de trabalho e por seus pais não poderem arcar com os custos da faculdade.
Mesmo passando pelos mesmos questionamentos ao começar o curso de Enfermagem,
hoje ela está mais decidida a focar na carreira em que se formou.
“Não me
arrependi de ter trocado de curso, apesar da minha área ser ‘superfaturada’ de
profissionais, procurei me destacar investindo em especializações para abrir
meu leque no mercado de trabalho”.
Ela diz
que o ponto de mudança para sua decisão foi a oportunidade de exercer atividade
na área e se esforçar no estágio.
“Acredito
que o estágio direciona bem o aluno que tem dúvidas quanto ao curso, é a hora
de ir em frente ou parar. Não abandone o curso antes de sentir em prática,
procure pesquisar com profissionais da área as diversidades. Talvez o curso
tenha "escondidinho" algo que seja a cara do aluno, que ele não saiba
e possa deixar passar uma oportunidade e vir a se arrepender”.
Visão de especialista
Segundo
a psicóloga Maria da Guia dos Santos, a desistência da faculdade e a troca de
cursos acontecem em um número considerável, principalmente com alunos mais
jovens. Isso acontece por diversos motivos: financeiros, influências dos pais
ou imaturidade na escolha da carreira. Ela destaca que conflitos com a opinião
ou planos dos pais são naturais durante o amadurecimento e busca por satisfação
profissional.
“A
forma como a pessoa se relaciona com esse objeto [influência paterna],
demarcará como ela, no futuro, estabelecerá o vínculo com outros e com a
profissão que escolher”, esclarece.
A
psicóloga explica que esses conflitos são um ciclo de tentativa e erro que
podem levar o aluno a desistência ou troca de cursos algumas vezes antes de
encontrar um caminho para a satisfação profissional.
Sobre o
cenário atual da sociedade e juventude, ela diz que pode se considerar que
estamos numa época favorável a esses problemas.
“Há um
índice muito grande de diagnósticos de transtornos de personalidade, como boderlyne, bipolar, TDH, entre outros.
Isso significa a possibilidade de mais insatisfação e incerteza na escolha.
Sobre uma juventude menos dedicada nos dias de hoje, a resposta é muito
relativa. A rapidez do mundo virtual tem contribuído para que os jovens pensem
rápido, desejem tudo e também desistam de tudo rapidamente. Há muito sendo
oferecido e escolher torna-se cada vez mais difícil. Tudo se tem tornado
descartável, até mesmo as relações afetivas e de amizades. A relatividade dessa
resposta encontra-se no fato de que há muitos fatores que envolvem as decisões
do sujeito”.
#FICADICA
“Procurem
escolher uma carreira profissional ou acadêmica que busquem orientação
profissional na hora que precisarem definir o seu caminho ou suprir outras
necessidades”, destaca a psicóloga.
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