Professora de Zootecnia ensina alunos a produzir alimentos industriais
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Blog do 5º termo
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Os cursos de veterinária e agronomia também recebem aula de TPOA, ministradas pela professora Juliana Nicolau (Foto: Evandro Marques) |
Adriano Batista
Evandro Marques
Lucas Diamante
Panelas ao fogo, colher de pau
batendo no fundo da caçarola, açúcar e mel na medida certa, tudo pronto. Vai
começar mais uma aula de elaboração de alimentos sob o comando da professora “chef” Juliana Nicolau.
A proposta da disciplina de TPOA
(Tecnologia de Produtos de Origem Animal) é proporcionar aos alunos a
experiência de pegar produtos do campo para fazer produtos industrializados e,
com isso, possivelmente, trabalharem nas indústrias de alimentos.
Durante a aula prática
desenvolvida dentro do bloco Q, a
professora Juliana ensina aos mais de 20 alunos as técnicas de como fazer doce
de leite, iogurte e queijos. Ela conta que percebe nos estudantes o quanto
ficam curiosos para saberem como funciona o processo de produção.
“Eles ficam bem envolvidos com
isso. Começam a procurar nos mercados, a fazer perguntas, ficam sempre muito
interessados. Porque, eu acho que tudo que é relacionado ao humano, eles começam
a ficar mais interessados”, explica Juliana.
Para a aluna Taciana Millani, que
cursa o 4° termo de Zootecnia, a matéria de TPOA permite aos alunos aprenderem
na prática coisas que nunca tinham visto. “Eu trabalho com alimentos em uma
lanchonete, e tudo que aprendo nesta disciplina, utilizo no meu trabalho, desde
mexer com verdura até tratar, cuidar e selecionar os mais variados tipos de
carnes”, conta Taciana.
HIGIENE
Cuidar da saúde é fundamental,
ainda mais quando estiver na cozinha. Ao longo da aula, a professora menciona
uma série de cuidados quanto a segurança alimentar. As precauções vão desde
medidas básicas como não deixar cair pelos e lavar as mãos sempre, até a uma
orientação detalhada das doenças que são transmitidas por alimentos, por meio
de bactérias, vírus, como também por alguns fungos.
Medidas como essas são
fundamentais, afinal, produtos de origem
animal precisam passar por um serviço de inspeção. “A forma de higienização é uma das coisas que se pode
aproveitar de melhor, porque a professora fala bastante disso, da higienização,
da prevenção de doenças, da limpeza, dessa parte toda que envolve a segurança
dos alimentos”, destaca a aluna Karolina Silva, do 4° termo de Zootecnia
Cuidados com a higiene são fundamentais quando o assunto é alimentação (Foto: Adriano Batista) |
TRABALHO COLETIVO
A aula de produção de alimentos é
uma atividade coletiva que exige proatividade dos alunos. Divididos em três
grupos, os estudantes têm a oportunidade de produzirem queijos, iogurte e doce
de leite.
“A gente vai levar [a
experiência] pra vida toda. Dentro de uma indústria, empresa ou qualquer lugar que a gente for trabalhar,
normalmente vai ter uma equipe e
bastante gente para você coordenar e trabalhar junto. Então é preciso saber
lidar com as pessoas”, aponta Caio Zacarias, aluno do 5° termo.
Com o tempo estimado de quatro
horas de aula, a expectativa é grande para a provar os alimentos e
confraternizar entre os estudantes. Para a professora Juliana, mais importante
do que comer, é ver nos alunos o sentimento de gratidão com aquilo que eles
mesmos produziram.
Mas, afinal, qual é a
melhor parte: comer ou produzir?
“Produzir. Comer é uma delícia,
mas eu acho que produzir. Os alunos ficam tão satisfeitos de aprender”, comenta
sorrindo a professora.
“Comer, logicamente. Mas o
produzir é muito bom, é muito prazeroso você fazer a comida que você vai comer
e que vai alimentar bastante gente também, é muito bom”, brinca Caio.
“Um ajuda o outro, ninguém fica de fora, ninguém fica excluído”, ressalta a estudante Karoline (Foto: Evandro Marques) |
Você sabia?
Parece até ironia, mas na
fabricação de muitos alimentos são colocados bactérias e fungos. Esse é um dos
temas debatidos em sala de aula e que auxiliam os alunos no processo de
produção dos alimentos. Para a professora Juliana, esses organismos
aparentemente perigosos são muito importantes, pois, em alguns casos, são os
responsáveis pela fermentação e até ajudam na coagulação dos alimentos.
“Para fazer um queijo gorgonzola,
por exemplo, você precisa de um fungo, o Penicillium
Roqueforti. Um
presunto também é um produto fermentado, um produto cru, então ele precisa
também da fermentação que é feita por microorganismos”, exemplifica Juliana.
Segundo a professora, as
bactérias lácteas ajudam na fermentação. O iogurte da aula foi feito com duas bactérias específicas, do gênero Lactobacillus e Streptococcus.
Na fabricação do queijo, além de
colocar a Enzima Láctea e o Cloreto de Cálcio, para acelerar na coagulação, são
colocadas bactérias e/ou leveduras, com a finalidade de realizar a fermentação
láctea e ajudar na coagulação que seria a firmeza do coágulo das proteínas.
Resultado do iogurte produzido pela turma de Zootecnia (Foto: Adriano Batista) |