Histórias dos vigilantes do campus 2 vão além de garantir a segurança das pessoas
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Apesar de sempre estarem prontos para ajudar, muitas vezes seguranças da universidade passam despercebidos pelos transeuntes do campus |
Adriano Batista
Evandro Marques
Lucas Diamante
Por trás de todo trabalhador existe uma história de vida. No
caso da Unoeste, os vigilantes estão em contato com cerca de 20 mil pessoas
todos os dias. No entanto, o que se sabe sobre eles é que estão ali para
prestarem informações e garantirem a segurança.
Carreira perigosa
José Nilton fazia segurança de carros-fortes no emprego anterior |
Ser um profissional da área de segurança não é uma tarefa
fácil e muitas vezes passa despercebido pelas pessoas. José Nilton de Sousa é
vigilante da Unoeste há 1 ano e 5 meses, e revela que sempre teve o sonho de
trabalhar neste meio.
Durante 17 anos, ele teve sua carreira profissional em uma
empresa que transporta dinheiro em carros fortes. Quando saiu de lá, teve que
fazer duas entrevistas para conseguir o emprego na Unoeste.
Nilton possui carga horária de 42 horas semanais de trabalho
e ainda realiza o curso de lutas como: Krav Maga, Muay Thai e Jiu-Jitsu, que a faculdade disponibiliza para os vigilantes. “Este curso que a gente faz, é para
melhorar a segurança de vocês”, ressalta.
José é responsável por cuidar da entrada do piso 1 do bloco
B3, e conta que alguns estudantes acham que ele é chato e muito rígido, porém
eles não entendem que essa é a função dele e que sempre trata o aluno, querendo
ser retribuído da mesma forma, sempre com respeito.
A família é um assunto muito importante quando se trata desta
profissão. Nilton é casado e tem duas filhas, uma de 4 anos e outra de 14. O
vigilante disse que, no começo, sua mulher tinha medo por ser uma profissão
perigosa, principalmente quando trabalhava com a empresa que transportava
dinheiro, porque como ele mesmo falou: “Eu saía de casa e não sabia se iria
voltar.”
O vigia ainda almeja estar do outro lado, pois pretende
cursar Educação Física quando sua mulher acabar a faculdade dela. Mas, enquanto
isso não acontece, José se dedica ao máximo fazer o que ama.
Made in Japan
Marcelo trabalhou no Japão cerca de 14 anos e voltou para o Brasil há dois |
Pelo nome é possível que muitas pessoas não o conheçam, mas é
quase certeza que você já o tenha visto nos corredores da universidade. Marcelo
Rosa da Silva, 40, é um dos vigias que garantem a segurança do campus 2 da
Unoeste. Ele trabalha há cerca de 1 ano e 8 meses na instituição e é
responsável pela manutenção das motos, mas a maior parte do tempo fica
designado para vigiar alguns setores.
Marcelo nasceu em São Paulo e viveu um longo tempo em
Andradina. Morou cerca de 14 anos no Japão durante três momentos de sua vida. Ele
conta que não sabia falar japonês, mas que ao longo do tempo, com a ajuda de
intérpretes, foi aprendendo. Uma das diferenças encontradas no trabalho japonês
é que, para ganhar dinheiro, foi necessário fazer horas extras e trabalhar mais
de 12 horas nas empresas. Já trabalhou em empresa de autopeças e fábrica de
navios. Hoje é casado e pai de duas meninas.
O segurança, de estatura média, espírito aventureiro, ligado
em esportes, tem o sonho de cursar a faculdade de Educação Física. Ele já lutou
durante dois anos jiu-jitsu e hoje faz questão de participar dos treinos de defesa pessoal promovidos pela
Unoeste. Sua rotina de trabalho começa logo cedo, às 6h, quando entra na
instituição e segue até às 15h10.
“Eu gosto do que eu faço, não pretendo sair daqui, me dou bem
nessa área [da segurança]. Consigo me impor aqui, isso é uma coisa da minha
personalidade. Eu me esforço nessa parte”, explica.
Durante as idas e vindas do Japão, Marcelo conta que ficou um
pouco na dúvida em relação às questões profissionais quando retornou ao Brasil.
“Cheguei ao Brasil e disse: ‘o que vou fazer da minha vida?’ Pensei que segurança
privada nesse país sempre vão precisar. É um lugar que não oferece segurança a
ninguém”, conta o vigia. Então Marcelo realizou o curso com a intenção de
entrar na Unoeste e conseguiu concretizar isso em 2016.
O atleta
Nivaldo se formou em Pedagogia em 2014 e foi jogador profissional de futebol |
“Boa tarde”. Este cumprimento é repetido semanalmente, de
segunda à sexta, por Nivaldo Silva, o vigilante de 51 anos, que atualmente fica
na guarita do portão 1 do campus II.
Há um ano como segurança na universidade, o exercício da
função só se encerra à meia noite, quando o portão se fecha e indica a
conclusão de mais um dia de serviço.
Pessoa de sorriso fácil, o porte atlético do vigilante engana
quem pensa em arriscar a sua idade. O que se justifica pelo cuidado que ele tem
com o corpo, algo que vem desde antes de se tornar atleta profissional de
futebol.
“Desde pequeno eu me cuido, né. Cuido do corpo, da mente, da
alma e do espírito. Para manter isso, hoje eu só treino, faço alguma atividade
física para me preservar; séries de abdominais, flexões, uma corridinha,
caminhada com a minha esposa”, afirma Nivaldo.
Casado há 23 anos, o vigilante jogou no Corinthians de
Presidente Prudente e no Operário-MS. É pai de quatro rapazes, aparenta
serenidade e trabalha com a tranquilidade de quem sabe que faz a segurança de
milhares de alunos quase sem ser notado.
“Você acredita que eu estava pensando nisso ontem? Então, eu
procuro ser transparente e transmitir isso pra eles, através de um olhar,
através de um sorriso, de um cumprimento. Às vezes, o aluno sobe as escadas
procurando o vigilante e já focaliza, porque sabem que a gente vai estar ali”,
explica o segurança.
Nivaldo conta que tinha o sonho de trabalhar na Unoeste. Desde
que passou a trabalhar na vigilância, apenas uma vez, houve um caso que fugiu
da rotina. Um estudante embriagado passando a carteirinha para outra pessoa.
“Fui atrás, até a sala, agi de maneira calma, falei com a
professora e disse que enquanto ele não passasse o RA [Registro do Aluno] que
não ia poder assistir à aula. Procurei evitar o escândalo, ele passou o RA e
depois ele tomou suspensão”, conta Nivaldo.
O vigilante confirma que se sente muito bem interagindo com
as pessoas e quanto mais pessoas melhor. Sabe da importância da sua profissão e,
por isso, o “boa tarde” só muda quando aqueles que entraram na universidade
agora se vão e, ao saírem, ouvem “boa noite e bom descanso”.