Isabela não deixa a Zootecnia por conta do amor pelos animais Foto: Cedida |
Christian Mathias
Mainara Screpanti
Rafael Carlos
Vanessa Aleixo
Victtoria Oliani
Vinícius Alonso
Desde que
a criança entra na escola, família já começa a imaginar o futuro. O que vai
ser? Qual a profissão? Onde vai trabalhar? Na adolescência, sempre se ouvem
essas perguntas em casa, dos amigos, uma pressão, que com certeza, sempre contribui
com o aumento das dúvidas.
Segundo
Vanessa Rojas, que atualmente cursa Jornalismo, mas já passou por outra
faculdade antes dessa, às vezes não se acerta de primeira. Ela escolheu em
primeira opção Farmácia, mas por achar caro resolveu prestar o vestibular e
fazer Radiologia. Não foi por gostar da profissão, e sim por ser mais
acessível, pouca carga horária, valor menor e com ótimo salário inicial.
Escolha por benefícios e pressão familiar de que tinha que estudar algo e logo.
“A
mudança de curso foi no primeiro termo, durante os estágios de enfermagem no HR
[Hospital Regional de Presidente Prudente]. Abalei meu psicológico com a
situação hospitalar. O horário ficou complicado por eu trabalhar, malhar e
fazer estágio. Não sobrava tempo para estudar”, relata a estudante.
Como
muitas outras pessoas, Vanessa foi descobrindo que o curso não combinava com o
perfil dela. Começou pelo salário, mas a aula de anatomia com corpos de
indigente foi um fator grande para desistência. Quando desistiu do curso seus
pais se decepcionaram muito, principalmente sua mãe que apoiou e comprou o que
precisava, roupas brancas, sapatos, jalecos, até aparelho de aferir pressão.
Mas o importante era se formar.
Hoje, no
caminho para ser uma futura jornalista, ainda recebe o apoio familiar, pois
eles querem que ela se forme. Estão felizes com o curso atual, pois ela se desempenha
melhor, por ter sido escolhido com calma, pesquisado a área e visto que combina
com ela.
Antes de fazer Zootecnia, Isabela cursou dez meses de Nutrição Foto: Cedida |
O mesmo
fato aconteceu com a estudante Isabela Oliveira, que atualmente cursa
Zootecnia. A jovem começou por Nutrição e em dez meses percebeu que não gostava
do curso e não era sua área. Hoje, ela relata que ama o que estuda e que não
pensa em mudar de curso jamais, um dos principais motivos, o contato com os
animais.
“Amo o
curso que faço. Me encontrei nele. Espero que daqui uns anos o mercado de trabalho
esteja de portas abertas”, acrescenta.
Isabela
não possuía nenhum tipo de dificuldade financeira e mudou de curso apenas por
gosto. Ela ainda diz que seus pais sempre a apoiam, independentemente do curso
que escolha, o importante é que esteja feliz.
Para a
psicóloga Lourdes Aparecida de Oliveira Cunha, a falta de dinheiro não é um
grande problema para os jovens mudarem ou largaram os cursos do ensino superior.
Ela conta que a mudança de cursos sempre ocorreu.
Em
relação a testes vocacionais, a psicóloga afirma que sempre são importantes
antes de ingressar em uma graduação. “Esta indecisão que o jovem tem, referente
aos sonhos e as escolhas, está ligada ao amadurecimento, que é diferente de um
adulto”, completa.
Ela diz
que na hora de tomar essa decisão da escolha profissional, o jovem está no
final da adolescência, entrando no mundo de adultos, desvinculando dos pais e
tem que fazer escolhas, porém muitas coisas ainda não estão definidas na vida
do jovem. Entretanto, essa escolha é de longo prazo e o jovem não tem experiência
do mercado e nem se conhece o suficiente, resultando em escolhas impensadas.
“Por exemplo, alguém admira um pai, um tio, um profissional, ou até mesmo pensa
no sucesso que a profissão traz. Mas, ele não vê tudo o que tem que fazer para
conseguir chegar naquele ponto e até mesmo realizar determinado trabalho”,
explica.
Lourdes
ainda relata que atualmente as pessoas tem uma facilidade de conhecer tudo.
“Hoje todo mundo tem uma internet na mão e pode investigar o que deseja, então
de repente, o jovem vê outras oportunidades e acaba descobrindo que talvez o
curso que está não o leva para fazer o que ele realmente goste. As pessoas se
descobrem ao longo do tempo. Hoje, muita gente busca cursos que gostam e se
identificam. Antigamente não era assim, as pessoas pensavam em uma profissão para
a vida. Os estudantes de hoje pensam em algo que pode fazer com que eles já
façam outra coisa depois. Algo amplo. Isso é muito interessante”,
finaliza.
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