Pamela trabalha o dia todo em Venceslau e à noite vai pra faculdade em Prudente |
Isaias Alves
Júlio Terengui
Rafael Barbosa
Se você
acha que a vida de um universitário é só curtição e farra como nos filmes e
séries, onde os alunos frequentam festas em todos os finais de semana, você
está bem enganado. A realidade é dura e difícil para a maioria.
As
dificuldades enfrentadas pelos universitários são muitas. Morar sozinho e longe
da família, trabalhar e estudar ao mesmo tempo, dependência de ônibus para
viajar todos os dias, a falta de grana e as exigências do curso são alguns dos
problemas que os alunos enfrentam.
Para o
aluno Bruno Giovanni, de 20 anos, do 5º termo de Matemática na Unoeste
(Universidade do Oeste Paulista) a maior dificuldade está na locomoção até a
Universidade. Segundo ele, a rotina diária é bem cansativa e atrapalha nos
estudos.
“Eu passo
mais ou menos duas horas por dia dentro de um ônibus. O que mais dificulta são
os horários do circular, às vezes tenho que ir muito cedo e ficar esperando um
tempão lá, sem contar que é cansativo pegar um ônibus lotado”, disse Bruno.
O aluno
conta ainda que na volta para casa, também enfrenta dificuldades em relação ao
horário. “Eu tenho que sair mais cedo se não eu perco o ônibus de volta, e eu acabo
perdendo conteúdo da aula”.
Trabalho X Estudo
Quem
também sofre para conseguir estudar, são os alunos que tem que conciliar
trabalho e faculdade. E o caso de Pamela Cristine, aluna de Ciências Contábeis
da Unoeste, que mora e trabalha em Presidente Venceslau. Ela faz de um tudo em
uma escola de cursos profissionalizantes. Segundo Pamela, o segredo para levar as duas
coisas é saber se organizar, mas garante que é difícil.
Pamela
trabalha sete horas e meia por dia e estuda à noite. Ela sai do trabalho às 5h
para estar no ponto de ônibus às 6h. Ela conta que não tem locomoção e por isso
o trajeto do trabalho para casa e da casa para o ponto ela faz todo à pé. “Eu
chego atrasada no ponto de ônibus quase todos os dias”, diz ela.
Em
relação à alimentação, Pamela diz que mal come durante o dia. Para conseguir
sair cedo do serviço, acaba pulando o horário de almoço e fazendo direto. “ Eu
engulo um pão quando dá, arroz e feijão só final de semana”, sorri Pamela ao
contar, que diz ainda que não é sempre que tem dinheiro para o salgado da
faculdade. “Poderia ser mais barato”, afirma.
Mas o
maior problema diz respeito à dificuldade de estudar para as provas. Pamela diz
que nos finais de semana é complicado porque ela também trabalha no sábado e
aos domingos está muito cansada. Isso acaba afetando seu rendimento em sala de
aula, já que às vezes, pelo cansaço, não consegue se concentrar nas aulas. “Tirei
3,5 em Custas no último bimestre”, conta a estudante sobre suas notas.
Família Longe
Agora
imagine passar por tudo isso estando longe da família? É o caso de Carla
Monique, aluna de Publicidade, que saiu do Rio de Janeiro para vir estudar na
Unoeste em Presidente Prudente. “Vim com a cara e com a coragem”, conta a
aluna.
Carla
diz que hoje já se adaptou à cidade e às diferenças com sua terra natal. Para
não pesar tanto para a família, ela diz que arrumou um emprego e hoje consegue
se sustentar sozinha. Porém, ela sabe que pode contar com os pais, de quem
sente muita falta. “Seria mais fácil se eles estivessem por perto”, conta
Carla.
São
muitos os sacrifícios, mas no final, vale a pena.
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