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quarta-feira, 12 de abril de 2017

Estudantes viram o jogo durante a faculdade e mudam de curso

Isabela não deixa a Zootecnia por conta
do amor pelos animais
Foto: Cedida
Barbara Tafarelo
Christian Mathias
Mainara Screpanti
Rafael Carlos
Vanessa Aleixo
Victtoria Oliani
Vinícius Alonso

Desde que a criança entra na escola, família já começa a imaginar o futuro. O que vai ser? Qual a profissão? Onde vai trabalhar? Na adolescência, sempre se ouvem essas perguntas em casa, dos amigos, uma pressão, que com certeza, sempre contribui com o aumento das dúvidas.

Segundo Vanessa Rojas, que atualmente cursa Jornalismo, mas já passou por outra faculdade antes dessa, às vezes não se acerta de primeira. Ela escolheu em primeira opção Farmácia, mas por achar caro resolveu prestar o vestibular e fazer Radiologia. Não foi por gostar da profissão, e sim por ser mais acessível, pouca carga horária, valor menor e com ótimo salário inicial. Escolha por benefícios e pressão familiar de que tinha que estudar algo e logo.

“A mudança de curso foi no primeiro termo, durante os estágios de enfermagem no HR [Hospital Regional de Presidente Prudente]. Abalei meu psicológico com a situação hospitalar. O horário ficou complicado por eu trabalhar, malhar e fazer estágio. Não sobrava tempo para estudar”, relata a estudante.

Como muitas outras pessoas, Vanessa foi descobrindo que o curso não combinava com o perfil dela. Começou pelo salário, mas a aula de anatomia com corpos de indigente foi um fator grande para desistência. Quando desistiu do curso seus pais se decepcionaram muito, principalmente sua mãe que apoiou e comprou o que precisava, roupas brancas, sapatos, jalecos, até aparelho de aferir pressão. Mas o importante era se formar.

Hoje, no caminho para ser uma futura jornalista, ainda recebe o apoio familiar, pois eles querem que ela se forme. Estão felizes com o curso atual, pois ela se desempenha melhor, por ter sido escolhido com calma, pesquisado a área e visto que combina com ela.
Antes de fazer Zootecnia, Isabela cursou dez meses de Nutrição
Foto: Cedida

O mesmo fato aconteceu com a estudante Isabela Oliveira, que atualmente cursa Zootecnia. A jovem começou por Nutrição e em dez meses percebeu que não gostava do curso e não era sua área. Hoje, ela relata que ama o que estuda e que não pensa em mudar de curso jamais, um dos principais motivos, o contato com os animais.

“Amo o curso que faço. Me encontrei nele. Espero que daqui uns anos o mercado de trabalho esteja de portas abertas”, acrescenta.

Isabela não possuía nenhum tipo de dificuldade financeira e mudou de curso apenas por gosto. Ela ainda diz que seus pais sempre a apoiam, independentemente do curso que escolha, o importante é que esteja feliz.

Para a psicóloga Lourdes Aparecida de Oliveira Cunha, a falta de dinheiro não é um grande problema para os jovens mudarem ou largaram os cursos do ensino superior. Ela conta que a mudança de cursos sempre ocorreu.

Em relação a testes vocacionais, a psicóloga afirma que sempre são importantes antes de ingressar em uma graduação. “Esta indecisão que o jovem tem, referente aos sonhos e as escolhas, está ligada ao amadurecimento, que é diferente de um adulto”, completa.

Ela diz que na hora de tomar essa decisão da escolha profissional, o jovem está no final da adolescência, entrando no mundo de adultos, desvinculando dos pais e tem que fazer escolhas, porém muitas coisas ainda não estão definidas na vida do jovem. Entretanto, essa escolha é de longo prazo e o jovem não tem experiência do mercado e nem se conhece o suficiente, resultando em escolhas impensadas. “Por exemplo, alguém admira um pai, um tio, um profissional, ou até mesmo pensa no sucesso que a profissão traz. Mas, ele não vê tudo o que tem que fazer para conseguir chegar naquele ponto e até mesmo realizar determinado trabalho”, explica.


Lourdes ainda relata que atualmente as pessoas tem uma facilidade de conhecer tudo. “Hoje todo mundo tem uma internet na mão e pode investigar o que deseja, então de repente, o jovem vê outras oportunidades e acaba descobrindo que talvez o curso que está não o leva para fazer o que ele realmente goste. As pessoas se descobrem ao longo do tempo. Hoje, muita gente busca cursos que gostam e se identificam. Antigamente não era assim, as pessoas pensavam em uma profissão para a vida. Os estudantes de hoje pensam em algo que pode fazer com que eles já façam outra coisa depois. Algo amplo. Isso é muito interessante”, finaliza.  

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