Digite a busca

terça-feira, 4 de abril de 2017

Recém-formados buscam na pós-graduação chance para conseguir uma vaga

By On 10:00
Barbara Tafarelo
Christian Mathias
Mainara Screpanti
Rafael Carlos
Vanessa Aleixo
Victtoria Oliani
Vinícius Alonso

Nos dias atuais, junto com a alegria de terminar uma faculdade e receber um diploma, os recém-formados encerram essa fase também com o medo e insegurança do que virá a seguir, já que conseguir um emprego está cada vez mais difícil em tempos de crise.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2017, de cada três novos desempregados do mundo, um será do Brasil. Ainda estima-se que o país terá 1,2 milhões a mais de desempregados em comparação ao ano de 2016.

Opinião de Coach

O coach e palestrante Alex Gonçalves da Costa diz que pode haver motivo de algumas pessoas estarem procurando emprego há tanto tempo e não achar.

“As crenças negativas e o comportamento estão diretamente interligadas, se eu tenho comportamentos inadequados, isso acaba reforçando-as. E se eu tenho crenças negativas, eu tenho comportamentos inadequados. É preciso tomar muito cuidado e uma das formas bem claras disso é a procrastinação, às vezes essas pessoas estão sempre deixando para o amanhã. As pessoas precisam ter noção e clareza que o amanhã não é uma certeza na nossa vida é apenas uma expectativa e os procrastinadores sempre acham uma desculpa pra continuar esperando e adiando, não vão realmente atrás de seu objetivo”, afirma.

Alex também diz que para mudar isso é preciso criar metas, objetivos e achar a motivação e perguntar a si mesmo o que pode fazer para alcançar suas metas e principalmente o que precisa deixar de fazer.

 “Se formou? Então pega seu diploma e vai buscar seu trabalho, não tenha em mente que está indo atrás de dinheiro e sim de um sonho. É importante avaliar as expectativas pessoais, avaliar o seu marketing pessoal, manter o currículo atualizado, manter- se atualizado, o mercado exige isso”, afirma.

Laís mal se formou e já entrou na pós-graduação,
mas ainda busca vaga no mercado
Foto: Arquivo Pessoal
Recém-formada à procura

A recém-formada em Jornalismo Laís Caroline Santos, já está à procura de emprego desde o começo do ano. Ela conta que desde janeiro está enviando currículos na região de Presidente Prudente e ainda não conseguiu nada, mas diz que o importante é não desanimar. “Todas as áreas estão complicadas, mas o importante é não deixar de buscar e ir se aperfeiçoando na sua área”.

No momento, ela está fazendo pós-graduação em Moda na UEL (Universidade Estadual de Londrina) de 15 em 15 dias. Laís acredita que ter um conhecimento a mais é sempre importante e que fará diferença sim, mas não tanto quanto a experiência no mercado de trabalho.

Como tudo está muito difícil, Laís prefere conseguir emprego na sua área, mas não descarta outras possibilidades. “Claramente, eu gostaria de trabalhar apenas na área de jornalista, mas com base em visões de mercado atualmente creio que você tem que ser multitarefa. Quer dizer, indiretamente você sempre vai fazer algo que não está relacionado com a sua formação”.

Vantagens de ser jovem no mercado

A economista Edilene Mayumi Murashita Takenaka diz que no mundo atual a pós-graduação é apenas um degrau a mais, porém não é o suficiente para se firmar no mercado que é tão competitivo.

Por incrível que pareça, quem acabou de pegar o diploma, pode ter algum benefício. “O recém-formado tem uma grande vantagem que é a jovialidade. Geralmente, apresentam-se curiosos e tem uma vontade muito grande de aprender e ter novas experiências. Muitas empresas preferem um recém-formado que ainda não tenha vícios adquiridos em outros ambientes de trabalho”, explica Edilene.
“Pessoas desempregadas podem ter um currículo impecável no requisito estudo, mas dependendo da empresa isso não é relevante se ela não tiver experiência. O mercado de trabalho exige, mas geralmente não dá oportunidade”, afirma.

Giovanna levou sete meses para conseguir um emprego após
se formar e já está fazendo mestrado em Odonto
Foto: Arquivo Pessoal
Formada e já com emprego

Mas esta não é a realidade de todo recém-formado, com poucos meses de procura, a dentista Giovanna Elisa Gabriel Coclete, que terminou o curso em 2015, já alcançou emprego na área desejada.

Após terminar a faculdade, Giovanna já começou o mestrado em Araçatuba, mas mesmo assim não deixou de procurar emprego. Com sete meses de busca, ela entrou em uma clínica, mas afirma ter um diferencial para isso. “Para conseguir emprego na minha área, ingressar na carreira da pós-graduação [mestrado] foi muito importante”, conta a dentista.

Giovanna ainda espera mais do mercado de trabalho, ela fala que muitos dentistas são explorados pelas clínicas. “A área de odontologia é muito visada, porém muitos pagam pouco e trabalham com porcentagem inferior ao que deveria ser estipulado”, diz.


segunda-feira, 3 de abril de 2017

Escolha da carreira pode mudar mesmo durante a faculdade

By On 10:00
Larissa mudou de Nutrição para Psicologia e garante que não se arrepende
Foto: Fábio Dembisque
Adriano Fonseca
Ana Leal
Daniellen Campos
Deilson Bispo
Fábio Dembisque
Nathália Moura

Todo começo de ano jovens em idade universitária prestam vestibular para tentar seguir uma carreira profissional. Alguns, recém-saídos do ensino médio traçando sua primeira opção acadêmica ou universitários de segunda viagem dando mais uma chance à vida de estudante.

Por mais que o curso seja aquilo que o aluno sempre esperou, não é raro encontrar aqueles presos pela dúvida do caminho tomado, ou que já estão tentando a segunda ou terceira graduação.

Incentivada pelos pais, a estudante do curso de Psicologia, Larissa Tavares, de 20 anos, sempre viveu um dilema. Os pais sonhavam em formar uma nutricionista para que futuramente ela pudesse cuidar do restaurante e petiscaria da família. Larissa até tentou, cursou um ano da faculdade, mas em fevereiro de 2016 ingressou no curso de Psicologia.

“No final do ano eu ficava sempre me perguntando, até que tomei a decisão de ir contra os planos dos meus pais e abandonei a Nutrição para seguir o curso que sempre fui mais afim, Psicologia”, conta a jovem.

A estudante não gostava do curso e sempre se via como psicóloga, achava que era mais seu perfil. Prestes a terminar o primeiro termo e feliz com a sua escolha, ela deixa um recado, para os que estão em dúvida: “Primeiramente as pessoas devem fazer o que elas realmente gostam e não ir pela opinião dos outros, para evitar se tornar um profissional frustrado”.

A enfermeira Amanda Barbedo conta que antes de
fazer Enfermagem se aventurou em Fonoaudiologia
Foto: Arquivo pessoal
Amanda Barbedo, de 29 anos e formada em Enfermagem, fez o curso de Fonoaudiologia durante um semestre, mas acabou mudando de opção por causa de dúvidas sobre a área de trabalho e por seus pais não poderem arcar com os custos da faculdade. Mesmo passando pelos mesmos questionamentos ao começar o curso de Enfermagem, hoje ela está mais decidida a focar na carreira em que se formou.

“Não me arrependi de ter trocado de curso, apesar da minha área ser ‘superfaturada’ de profissionais, procurei me destacar investindo em especializações para abrir meu leque no mercado de trabalho”.

Ela diz que o ponto de mudança para sua decisão foi a oportunidade de exercer atividade na área e se esforçar no estágio.

“Acredito que o estágio direciona bem o aluno que tem dúvidas quanto ao curso, é a hora de ir em frente ou parar. Não abandone o curso antes de sentir em prática, procure pesquisar com profissionais da área as diversidades. Talvez o curso tenha "escondidinho" algo que seja a cara do aluno, que ele não saiba e possa deixar passar uma oportunidade e vir a se arrepender”.

Visão de especialista

Segundo a psicóloga Maria da Guia dos Santos, a desistência da faculdade e a troca de cursos acontecem em um número considerável, principalmente com alunos mais jovens. Isso acontece por diversos motivos: financeiros, influências dos pais ou imaturidade na escolha da carreira. Ela destaca que conflitos com a opinião ou planos dos pais são naturais durante o amadurecimento e busca por satisfação profissional.

“A forma como a pessoa se relaciona com esse objeto [influência paterna], demarcará como ela, no futuro, estabelecerá o vínculo com outros e com a profissão que escolher”, esclarece.

A psicóloga explica que esses conflitos são um ciclo de tentativa e erro que podem levar o aluno a desistência ou troca de cursos algumas vezes antes de encontrar um caminho para a satisfação profissional.

Sobre o cenário atual da sociedade e juventude, ela diz que pode se considerar que estamos numa época favorável a esses problemas.

“Há um índice muito grande de diagnósticos de transtornos de personalidade, como boderlyne, bipolar, TDH, entre outros. Isso significa a possibilidade de mais insatisfação e incerteza na escolha. Sobre uma juventude menos dedicada nos dias de hoje, a resposta é muito relativa. A rapidez do mundo virtual tem contribuído para que os jovens pensem rápido, desejem tudo e também desistam de tudo rapidamente. Há muito sendo oferecido e escolher torna-se cada vez mais difícil. Tudo se tem tornado descartável, até mesmo as relações afetivas e de amizades. A relatividade dessa resposta encontra-se no fato de que há muitos fatores que envolvem as decisões do sujeito”.

#FICADICA


“Procurem escolher uma carreira profissional ou acadêmica que busquem orientação profissional na hora que precisarem definir o seu caminho ou suprir outras necessidades”, destaca a psicóloga.