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segunda-feira, 3 de abril de 2017

Escolha da carreira pode mudar mesmo durante a faculdade

Larissa mudou de Nutrição para Psicologia e garante que não se arrepende
Foto: Fábio Dembisque
Adriano Fonseca
Ana Leal
Daniellen Campos
Deilson Bispo
Fábio Dembisque
Nathália Moura

Todo começo de ano jovens em idade universitária prestam vestibular para tentar seguir uma carreira profissional. Alguns, recém-saídos do ensino médio traçando sua primeira opção acadêmica ou universitários de segunda viagem dando mais uma chance à vida de estudante.

Por mais que o curso seja aquilo que o aluno sempre esperou, não é raro encontrar aqueles presos pela dúvida do caminho tomado, ou que já estão tentando a segunda ou terceira graduação.

Incentivada pelos pais, a estudante do curso de Psicologia, Larissa Tavares, de 20 anos, sempre viveu um dilema. Os pais sonhavam em formar uma nutricionista para que futuramente ela pudesse cuidar do restaurante e petiscaria da família. Larissa até tentou, cursou um ano da faculdade, mas em fevereiro de 2016 ingressou no curso de Psicologia.

“No final do ano eu ficava sempre me perguntando, até que tomei a decisão de ir contra os planos dos meus pais e abandonei a Nutrição para seguir o curso que sempre fui mais afim, Psicologia”, conta a jovem.

A estudante não gostava do curso e sempre se via como psicóloga, achava que era mais seu perfil. Prestes a terminar o primeiro termo e feliz com a sua escolha, ela deixa um recado, para os que estão em dúvida: “Primeiramente as pessoas devem fazer o que elas realmente gostam e não ir pela opinião dos outros, para evitar se tornar um profissional frustrado”.

A enfermeira Amanda Barbedo conta que antes de
fazer Enfermagem se aventurou em Fonoaudiologia
Foto: Arquivo pessoal
Amanda Barbedo, de 29 anos e formada em Enfermagem, fez o curso de Fonoaudiologia durante um semestre, mas acabou mudando de opção por causa de dúvidas sobre a área de trabalho e por seus pais não poderem arcar com os custos da faculdade. Mesmo passando pelos mesmos questionamentos ao começar o curso de Enfermagem, hoje ela está mais decidida a focar na carreira em que se formou.

“Não me arrependi de ter trocado de curso, apesar da minha área ser ‘superfaturada’ de profissionais, procurei me destacar investindo em especializações para abrir meu leque no mercado de trabalho”.

Ela diz que o ponto de mudança para sua decisão foi a oportunidade de exercer atividade na área e se esforçar no estágio.

“Acredito que o estágio direciona bem o aluno que tem dúvidas quanto ao curso, é a hora de ir em frente ou parar. Não abandone o curso antes de sentir em prática, procure pesquisar com profissionais da área as diversidades. Talvez o curso tenha "escondidinho" algo que seja a cara do aluno, que ele não saiba e possa deixar passar uma oportunidade e vir a se arrepender”.

Visão de especialista

Segundo a psicóloga Maria da Guia dos Santos, a desistência da faculdade e a troca de cursos acontecem em um número considerável, principalmente com alunos mais jovens. Isso acontece por diversos motivos: financeiros, influências dos pais ou imaturidade na escolha da carreira. Ela destaca que conflitos com a opinião ou planos dos pais são naturais durante o amadurecimento e busca por satisfação profissional.

“A forma como a pessoa se relaciona com esse objeto [influência paterna], demarcará como ela, no futuro, estabelecerá o vínculo com outros e com a profissão que escolher”, esclarece.

A psicóloga explica que esses conflitos são um ciclo de tentativa e erro que podem levar o aluno a desistência ou troca de cursos algumas vezes antes de encontrar um caminho para a satisfação profissional.

Sobre o cenário atual da sociedade e juventude, ela diz que pode se considerar que estamos numa época favorável a esses problemas.

“Há um índice muito grande de diagnósticos de transtornos de personalidade, como boderlyne, bipolar, TDH, entre outros. Isso significa a possibilidade de mais insatisfação e incerteza na escolha. Sobre uma juventude menos dedicada nos dias de hoje, a resposta é muito relativa. A rapidez do mundo virtual tem contribuído para que os jovens pensem rápido, desejem tudo e também desistam de tudo rapidamente. Há muito sendo oferecido e escolher torna-se cada vez mais difícil. Tudo se tem tornado descartável, até mesmo as relações afetivas e de amizades. A relatividade dessa resposta encontra-se no fato de que há muitos fatores que envolvem as decisões do sujeito”.

#FICADICA


“Procurem escolher uma carreira profissional ou acadêmica que busquem orientação profissional na hora que precisarem definir o seu caminho ou suprir outras necessidades”, destaca a psicóloga.

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