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terça-feira, 1 de novembro de 2016

Do Pará para Prudente, estudante de música, trabalhou com reparos para pagar a faculdade

Motivado pelas experiências profissionais que trouxe do Pará, 
Damasceno contou com os “bicos” para se manter financeiramente
Foto: Paulo Taroco
Abraão Wyllams
Francisco Alves
Paulo Taroco

 “A educação tem raízes amargas, mas os frutos são doces”, já dizia o filósofo grego Aristóteles. Realidade vivenciada pelo estudante do sexto termo,  e também o último, do curso de licenciatura em Música, Thyago Damasceno.

Apaixonado pela música desde a infância, Thyago, já com 30 anos, teve o primeiro contato com instrumentos musicais nos cultos na igreja que frequentava no bairro Terra Firme, periferia de Belém do Pará, onde nasceu e cresceu.

Ainda na adolescência, foi no ramo da eletricidade que Damasceno obteve a experiência profissional que deu continuidade, passando por grandes empresas da área no estado. O que não fez com  o gosto pela música morresse.

Em 2013, ao alcançar a nota exigida pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), a tão sonhada bolsa para o curso chegou, no campus II da Unoeste, em Presidente Prudente, a quase 3 mil quilômetros de casa.

Lutas e aprendizado

No início, durante três semanas, morou trocando favores em um pensionato. “Não tinha lugar para ficar. No início de 2014, saí do Campus I, após fazer a matrícula e chovia muito. Um colega me indicou a pensão. Lá, fiquei morando e prestando serviços de manutenção, até arrumar um lugar que eu pudesse pagar”.

Após isso, o estudante trabalhou entregando panfletos no semáforo. Com o dinheiro arrecadado, comprou ferramentas para voltar a desempenhar as atividades elétricas. Com elas, se manteve até 2016. A partir do primeiro semestre deste ano, Damasceno conseguiu vagas para dar aulas em três escolas e projetos da região.


Além das amizades, o músico paraense fala dos aprendizados obtidos com as dificuldades e do principal ganho adquirido, o conhecimento. “Para mim, o que mais importa é o conhecimento. O que acontecerá a partir de agora no mercado de trabalho é consequência. Levarei muito aprendizado e conhecimento”.

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