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quarta-feira, 3 de maio de 2017

Fazer uma faculdade exige esforço redobrado

Pamela trabalha o dia todo em Venceslau e à noite vai pra faculdade em Prudente
Beatriz Moura
Isaias Alves
Júlio Terengui
Rafael Barbosa

Se você acha que a vida de um universitário é só curtição e farra como nos filmes e séries, onde os alunos frequentam festas em todos os finais de semana, você está bem enganado. A realidade é dura e difícil para a maioria.

As dificuldades enfrentadas pelos universitários são muitas. Morar sozinho e longe da família, trabalhar e estudar ao mesmo tempo, dependência de ônibus para viajar todos os dias, a falta de grana e as exigências do curso são alguns dos problemas que os alunos enfrentam.

Para o aluno Bruno Giovanni, de 20 anos, do 5º termo de Matemática na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) a maior dificuldade está na locomoção até a Universidade. Segundo ele, a rotina diária é bem cansativa e atrapalha nos estudos.

“Eu passo mais ou menos duas horas por dia dentro de um ônibus. O que mais dificulta são os horários do circular, às vezes tenho que ir muito cedo e ficar esperando um tempão lá, sem contar que é cansativo pegar um ônibus lotado”, disse Bruno.

O aluno conta ainda que na volta para casa, também enfrenta dificuldades em relação ao horário. “Eu tenho que sair mais cedo se não eu perco o ônibus de volta, e eu acabo perdendo conteúdo da aula”.

Trabalho X Estudo

Quem também sofre para conseguir estudar, são os alunos que tem que conciliar trabalho e faculdade. E o caso de Pamela Cristine, aluna de Ciências Contábeis da Unoeste, que mora e trabalha em Presidente Venceslau. Ela faz de um tudo em uma escola de cursos profissionalizantes.  Segundo Pamela, o segredo para levar as duas coisas é saber se organizar, mas garante que é difícil.

Pamela trabalha sete horas e meia por dia e estuda à noite. Ela sai do trabalho às 5h para estar no ponto de ônibus às 6h. Ela conta que não tem locomoção e por isso o trajeto do trabalho para casa e da casa para o ponto ela faz todo à pé. “Eu chego atrasada no ponto de ônibus quase todos os dias”, diz ela.

Em relação à alimentação, Pamela diz que mal come durante o dia. Para conseguir sair cedo do serviço, acaba pulando o horário de almoço e fazendo direto. “ Eu engulo um pão quando dá, arroz e feijão só final de semana”, sorri Pamela ao contar, que diz ainda que não é sempre que tem dinheiro para o salgado da faculdade. “Poderia ser mais barato”, afirma.

Mas o maior problema diz respeito à dificuldade de estudar para as provas. Pamela diz que nos finais de semana é complicado porque ela também trabalha no sábado e aos domingos está muito cansada. Isso acaba afetando seu rendimento em sala de aula, já que às vezes, pelo cansaço, não consegue se concentrar nas aulas. “Tirei 3,5 em Custas no último bimestre”, conta a estudante sobre suas notas.

Família Longe

Agora imagine passar por tudo isso estando longe da família? É o caso de Carla Monique, aluna de Publicidade, que saiu do Rio de Janeiro para vir estudar na Unoeste em Presidente Prudente. “Vim com a cara e com a coragem”, conta a aluna.

Carla diz que hoje já se adaptou à cidade e às diferenças com sua terra natal. Para não pesar tanto para a família, ela diz que arrumou um emprego e hoje consegue se sustentar sozinha. Porém, ela sabe que pode contar com os pais, de quem sente muita falta. “Seria mais fácil se eles estivessem por perto”, conta Carla.


São muitos os sacrifícios, mas no final, vale a pena.

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