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terça-feira, 14 de novembro de 2017

Ser mãe, profissional e estudante universitária: tripla jornada que vale a pena

Com os filhos, escadinha de seis a dez anos, Deborah não deixou o sonho de ser jornalista e cursa o quarto termo

Clara Dias
Juliane Rígolo
Matheus Honório
Virgínia Faustino
Vinicius Costa

A vida universitária é uma fase de esforço e dedicação que demanda tempo. Diferentemente do que se vê em filmes não é festa o tempo todo. Imagina então, somada a filhos. Seria possível conciliar estudos e a maternidade?

Desafiando a maioria da opinião pública, há mães que fazem de tudo para conquistar o sonho de concluir a graduação. Inclusive doses extras para harmonizar os estudos aos cuidados dos filhos.

Deborah Andrade, aos 29 anos, é estudante de Jornalismo e mãe de quatro filhos. Diogo, de dez anos, Bárbara, de nove, Kauã, com sete e o caçula, Denner, de seis. Ela queria ser jornalista desde os 15 anos, quando visitou uma feira de profissões da Unoeste. Porém, “atropelei o tempo e fui ser mãe primeiro”, disse.

Sua rotina é praticamente uma maratona: Acorda às 6h, troca os dois menores, deixa o mais novo na creche, enquanto os outros vão sozinhos para a escola. Aí sim, vai para a faculdade. Volta ao meio dia e entra no trabalho. Quando chega às 19h, dá banho, faz janta e consegue dar um pouco de atenção a eles.

As crianças já entendem, tanto que o mais velho fala em ser jornalista como a mãe. E normalmente lidar com eles é fácil. “Só o mais novo que fica chamando atenção. Preciso que o futuro deles seja bom, então estudo e quero que eles tenham alguém como exemplo, no caso eu”, diz Deborah. Por isso que ir para a faculdade para ela é tranquilo, tornando possível realizar o sonho de ter uma profissão junto ao crescimento dos filhos.

Regina, terceira da direita para à esquerda, com suas amigas de Jornalismo
Já para Regina Santos, de 42 anos, fazer Jornalismo é participar da mesma etapa dos filhos. Vítor, de 21 anos, faz Letras para se tornar tradutor, em Rio Preto, e Gabrielle, de 18, que estuda Nutrição na Unoeste. A decisão por entrar na faculdade foi incentivada pelos próprios filhos.

“Sempre quis ingressar na universidade, mas somente aos 40 anos criei coragem e prestei o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]”. O mais interessante é que fez a prova no mesmo dia que sua filha Gabrielle.

Para mais uma conquista, iniciaram a universidade juntas! “Hoje estamos no mesmo termo, ela no quarto termo de Nutrição e eu no quarto de Jornalismo”, comenta.

Seu dia a dia é bem corrido: de segunda a sexta acorda às 5h50 e se prepara para ir à faculdade. Sai de casa às 6h20 para pegar o ônibus de estudante de Pirapozinho. Estuda das 7h30 às 11h10. Depois, pega um ônibus coletivo às 11h50 e vai para o trabalho. Lá almoça e começa a trabalhar às 13h. Às 17h pega um terceiro ônibus e aí sim retorna para casa.

Mesmo com todo esse corre-corre, sempre encontra apoio do marido e dos filhos para realizar os trabalhos acadêmicos e estudar para a semana de provas com responsabilidade, empenho e preocupação.

Enquanto o marido faz o jantar, os filhos a auxiliam, instruem e até dão dicas para facilitar a vida universitária. “Afinal foram 20 anos longe de uma sala de aula”, diz Regina.


E agora já se foram dois anos “num processo maravilhoso de aprendizado e novas descobertas”. Ela leva consigo a determinação de finalizar o que começou, somado ao orgulho de ver seus filhos conquistando os mesmos objetivos.

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