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sábado, 8 de outubro de 2016

Estudantes viajam todos os dias para estudar no Campus 2

Ônibus ficam estacionados dentro do campus II esperando estudantes
Foto: Lucas Foster
Ana Carolyna Simões
Lucas Foster
Thiago Anacleto

O Oeste Paulista possui, pelo menos, 17.208 pessoas que trabalham ou estudam em cidades vizinhas, é o que aponta a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada em março de 2015.

Hoje, mais de 20 ônibus, sem contar as vans, vem das cidades vizinhas com a intenção de trazer alunos para estudar no Campus II da Unoeste. Alguns são particulares e outros a prefeitura que disponibiliza.

Tem pessoas que saem de casa pelo menos uma hora antes da aula começar, para chegar a Presidente Prudente a tempo, é o caso do morador de Taciba, Lucas Alberto Rodrigues. O estudante conta que fica pelo menos 50 minutos dentro do ônibus na ida e um pouco mais na volta, devido ao trânsito e algumas reformas na pista.

“Como eu venho desde o primeiro ano assim, pra mim é normal. Faculdade é isso, porém sempre rola aquele pensamento de que poderíamos estar fazendo algo nesse tempo que ficamos no ônibus, sem contar o cansaço que faz a gente se privar de algumas atividades”, disse.

Os estacionamentos ficam ocupados enquanto os estudantes assistem às aulas. Os motoristas esperam no local até que todos cheguem. O motorista João Marcelo há dois anos traz o ônibus de Presidente Bernardes para a universidade. “Tem aluno que trabalha o dia todo, chega aqui com sorriso no rosto. Alguns vão estudando, fazendo trabalho, conversando e outros, preferem dormir. Na volta, a maioria, por estar cansada devido à correria do dia a dia, volta dormindo’’, completou.

A verdade é que quem opta por essa vida de “viajar para estudar” abre mão de várias regalias. Alguns já têm família e não tem condições de se mudar para a cidade universitária. Outros têm emprego fixo em alguma cidade aqui perto, e há ainda aqueles que realmente preferem ficar onde estão por comodismo ou situação financeira.

Lado bom

A estudante Thamires Maria Sangali, de 22 anos, estudou e morou em Presidente Prudente por dois anos. Nos dois últimos anos de faculdade, decidiu voltar para casa, em Tupi Paulista, para ir e vir todos os dias. O trajeto gasta duas horas na vinda e duas horas na volta. A escolha partiu do comodismo de estar na casa dos pais que, para a maioria dos alunos que fazem a estrada todos os dias, é o motivo principal.

“Eu tive que mudar minha rotina inteira. Agora trabalho de manhã, saio, descanso um pouco e depois vou pegar o ônibus. Mas, tenho comida pronta, tenho estrutura familiar que me ajuda em todo o tempo, não fico sozinha e sofro bem menos do que sofria quando morava em Prudente sozinha”, concluiu.


Os motivos são variados, mas quem opta por estudar fora, deve saber que todo esforço é recompensado e que abrir mão de algumas coisas para obter outras mais importantes, faz parte da vida. Para os estudantes, a maior alegria é saber que mesmo eles não morando aqui, ainda podem cursar a faculdade com um desempenho excelente e não se privar de um ensino bom. 

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