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quinta-feira, 30 de março de 2017

Tatuagem ainda é tabu em alguns cursos de graduação

Gabriela cursa Fotografia e diz que em sua área
tatuagem é normal
Foto: Maicon Ferreira
Amanda Albuquerque
Andressa Aguiar
Guilherme Miranda
Jéssica Garcia
Maicon Ferreira

Um desenho e talvez o risco de perder oportunidades. Será que a tatuagem realmente influencia na carreira profissional ou define o profissional? A resistência da tatuagem no mercado de trabalho ainda é presente em alguns campos de atuação, mas o que os jovens pensam disso? A tatuagem está presente na pele de muitas pessoas hoje em dia, principalmente nos que a encaram como arte.


Um desenho já apagado e inofensivo acabou tirando a chance de um profissional de exercer sua função. Um candidato em um concurso da Polícia Militar de São Paulo foi aprovado e depois eliminado do cargo por ter uma tatuagem na perna direita.

Ele buscou seus direitos e no dia 17 de agosto de 2016 foi aprovado no STF (Supremo Tribunal de Justiça) a lei que define que “editais de concursos públicos não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais, em razão de conteúdo que viole valores constitucionais”.

O professor e coordenador do curso de Direito da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Sérgio Ronchi, explica que na área existe sim uma barreira muito forte não só pela tatuagem, mas a brincos, piercings e alargadores. “Ainda existe certa resistência em função do conservadorismo que norteia o Direito Juris”.

Sérgio acredita que isso vai mudar, mas sempre haverá um equilíbrio pela história do Direito que é conservador. “Isso terá mudança sim, talvez daqui uns dez ou 20 anos, porque esses alunos de hoje serão no futuro os nossos desembargadores, juízes, advogados, delegados”. O coordenador também fala sobre parceiros de profissão que possuem tatuagem e brincos, mas que são discretos e que há sim uma resistência velada quanto a isso.

A estudante de psicologia Ana Carolina usa roupas com
manga longa para trabalhar
Foto: Amanda Albuquerque
Atenta a isso, Luana Camargo, estudante do 4º termo de Direito na universidade, explica que no início teve muito medo de fazer a tatuagem por conta de seu desejo pela advocacia, mas ficou sabendo que há uma lei em discussão que irá permitir que advogados pudessem ter tatuagem.  “As pessoas não imaginam que eu curso Direito justamente pelo meu estilo, não só pelas tatuagens, mas roupas e tudo mais. A sociedade vê as pessoas do Direito todos certinhos e cheios de regras e não é assim, isso está mudando”.

Para a Gabriela Veiga, estudante de Fotografia de 24 anos, que se tatua desde os 18, suas tatuagens influenciaram nas suas escolhas profissionais e curriculares, mas afirma que o preconceito não está presente em sua área. “Preconceito há fora do curso, eu gosto mais da fotografia de moda e as pessoas dessa área não tem problema nenhum”.

Ana Carolina Graton, estudante de Psicologia, quando entrou na faculdade ouviu relatos que não podia e que havia algumas restrições a pessoas tatuadas em sua profissão. Ela costuma usar roupas que cubram a maior parte de seus desenhos e que ainda não teve problemas com isso. Ana conta que as pessoas olham diferente para ela por conta de seus desenhos e sua escolha profissional. Além disso, ela acredita que os mais velhos enxergam a tatuagem como sinônimo de marginalidade. “Tatuagem não compete caráter e muito menos competência”.
  
E você, deixaria de fazer uma tatuagem por medo de perder a profissão?

          

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