Alunos devem estudar pouco, mas de forma constante, orientam especialistas (Foto: Adriano Batista) |
Evandro Marques
Lucas Diamante
Semana de provas começando e o que fazer? A rotina dos
universitários muda quando é hora de se preparar para as avaliações da
faculdade. Nesses momentos os estudantes utilizam diferentes formas de entender
os conteúdos.
Cada aluno possui uma maneira própria de estudar e aprender.
No entanto, alguns se desenvolvem muito mais rápido e têm uma facilidade acima
da média para absorver conteúdos; enquanto outros, que não rendem tanto e
apresentam dificuldades em comum.
Os alunos entrevistados pelo Portão 3 apresentam como problemas mais frequentes a distração, a
falta de foco, a procrastinação, tendo como principal motivo o celular. “Se ele
acende a luz já me chama a atenção, então preciso desligá-lo para poder
estudar”, disse Ana Caroline Marques, aluna do sétimo termo do curso de
Arquitetura e Urbanismo.
Até para quem geralmente vai bem nos estudos, o celular é uma
ferramenta que deve ser evitada, embora a sua utilidade seja necessária em
alguns casos.
“Procuro ficar longe do celular. Quando preciso pesquisar
algum termo, por exemplo, aí sim eu utilizo. Mas ele atrapalha muito, pois
acaba tirando demais o foco”, comenta a estudante do sétimo termo de
Fonoaudiologia, Gabriela Tonzar.
O celular é o exemplo mais recorrente entre os estudantes,
mas, apesar dos relatos, os especialistas defendem o uso consciente do aparelho
que dispõe de vantagens para auxiliar o aluno.
Segundo a psicopedagoga Olga Boscoli, “não é que o celular
seja algo negativo, é como é construída a questão da autonomia moral do aluno.
Nós, enquanto estudantes, professores, devemos saber a hora certa de usá-lo,
como uma ferramenta pedagógica, eu digo 100% aprovado.”
“O celular é uma ferramenta importantíssima, só que a gente
volta a questão da conscientização, porque a concorrência é grande. Se abro meu
celular tem um monte de mensagens e conversas que são muito mais prazerosas,
tem que saber deixar de lado, na hora de estudar. Mas, na prática, alunos
conscientes devem entender que a faculdade depende de si próprio”, diz a psicopedagoga
Neuza Gibim.
Erros e acertos
Conforme explicam as psicopedagogas, alguns erros são muito
comuns, como deixar para estudar de última hora, não fazer um estudo prévio,
não antecipar o conteúdo antes de ir a aula, porque a aula seria um ambiente para
tirar dúvidas com o professor.
Vinicius Maia, aluno do terceiro termo do curso de Educação
Física, diz ter uma memória ruim e que a preguiça atrapalha demais.
“Gosto de aprender, mas não de ter que estudar. Como não
memorizo com facilidade, preciso repetir o processo de estudos várias vezes,
cerca de quatro vezes a mesma matéria. Isso, na verdade, é o que todas as
pessoas deveriam fazer, repetir o processo de estudos”, afirma Vinicius.
Diferente de Vinicius, Matheus Alican, do curso de Engenharia
Civil, já está em fase de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e diz ter grande
facilidade para dominar os conteúdos das aulas. O aluno comenta que sempre foi
um nerd e que hoje a sua habilidade lhe permite até
dar aulas para alguns alunos do curso.
“Não deixo acomular matéria, até pelo fato de dar aulas. Às
vezes o pessoal precisa que eu já saiba um assunto que o professor está
passando. Ganho dinheiro em cima disso. Até brinco com o pessoal dizendo que eu
ganho dinheiro para estudar para os outros”, explica Matheus.
O estudante se lembra desde os tempos de cursinho. “Tudo que
se destaca você aprende mais fácil, por isso escrevo a lápis, uso post-its e
marca textos. Gosto de trabalhar muito com cores. Vou destacando os assuntos,
depois faço resumos e isso me facilita. Mantenho essa prática desde o início da
faculdade e tem me ajudado muito.”
Dicas das especialistas
A psicopedagoga Neuza Gibim defende que os alunos devem
organizar primeiramente o tempo, saber de seus objetivos e metas e, por fim, dedicar-se,
porque além de usar técnicas e ferramentas necessárias para estudar melhor é
preciso ter consciência da responsabilidade como estudante.
Para a psicopedagoga Olga Boscoli, os alunos e as famílias
devem ter o hábito de estudar, estabelecendo uma rotina. Evitar distrações,
estudar pouco, mas de maneira constante. Criar mecanismos de aprendizagem,
infográficos, imagens e mapas conceituais.
Ela explica que o cérebro humano aprende de diferentes
formas, então não se pode apenas ler e escrever. É importante relacionar o
conteúdo que está sendo estudado com a vida, trabalhar o resumo e ensinar outra pessoa, pois quando a gente
ensina, aprendemos duas vezes.
Segundo Boscoli, se for necessário, fale alto, grave sua voz,
reescreva. Outro fator destacado pela especialista é a importância da atividade
física. “Movimentar o corpo e ter um equilíbrio em todas as áreas de nossa vida
é fundamental”, finaliza.
Dicas:
● Organize-se, deixe os materiais de
estudo separados;
● Tenha uma rotina de estudos;
● Faça pausas durante o aprendizado;
● Durma bem, o sono é muito importante
para renovar os neurônios;
● Pratique atividade física;
● Faça estudos em grupos;
● Busque os professores para tirar
dúvidas;
● Comece a estudar pelo ponto mais
difícil;
Os universitários interessados em receber orientação
psicopedagógica podem procurar o Serviço Universitário de Apoio Psicopedagógico
(SUAPp) da Unoeste. O agendamento pode ser feito online, por meio do site da
Unoeste. Basta entrar com seu login e senha na Área do Aluno e acessar o espaço
“Serviços” e clicar em SUAPp. O atendimento é realizado na sala 200H, piso 2,
do bloco B3.
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