Milena percebe a importância de saber produzir de maneira correta o doce de leite e derivados (Foto:Maurílio Palácio) |
Julhia Marqueti
Larissa Biassoti
Todos os dias, durante as refeições, ingerem-se
alimentos de origem animal, seja no café da manhã, com leite e queijo, no
almoço, com bife, ou no jantar, com peixe. O comum entre os alimentos citados é
que todos são cuidados diariamente pelos futuros ou já formados médicos
veterinários, que procuram manter a qualidade do produto que chega às mesas.
Desde o nascimento, até a produção e manejo dos
animais, o profissional da área tem a necessidade de acompanhar cada fase. Com
o intuito de preservar o bom desenvolvimento da matéria-prima, eles precisam
estar atentos aos sinais que podem aparecer e serem capazes de diagnosticar e
tratar, sempre com foco no rendimento final.
No curso de Medicina Veterinária na Universidade
do Oeste Paulista (Unoeste), a disciplina que estuda a manutenção e a
conservação dos alimentos, além de envolver a higiene sanitária, é a Tecnologia
dos Produtos. O professor responsável pela matéria, José Ricardo Cecílio
Junqueira, coloca em prática o trabalho de fazer alguns produtos de origem
animal, mas com o objetivo de ajudar a sociedade.
“Temos que orientar o produtor a agregar valor
no que ele faz, para ganhar além do que já recebe mostrar que, ao invés de
entregar o alimento, ele mesmo pode produzir e ter uma renda melhor”, fala o docente.
O trabalho é simples de ser feito e, com a técnica adquirida em sala de aula, o
aluno consegue interferir de maneira positiva no aspecto social das famílias.
Junqueira afirma que os alunos têm uma ideia
“distorcida” do conteúdo que vai ser desenvolvido na disciplina, por ela ser
atrativa pensam que o ponto central vai ser a comida. “O intuito não é esse, o
dono do sítio não vai fazer, por exemplo, sorvete e vender na cidade. Ele pode
produzir coisas fáceis, como queijo e ricota”, completa ressaltando que, acima
de tudo, os discentes devem ser realistas.
O estudante de Medicina Veterinária, Renan
Santana Celestino, conta que a disciplina faz com que o campo de atuação profissional
se expanda. “Abrange tudo, o trabalho da criação, todos os processos do animal
e também a parte na qual ele serve como fonte de alimento, assim como nos
possibilita até mesmo sermos fiscais sanitários de um fornecedor, em que
analisamos se o produto está em boas condições para depois autorizar a venda”,
afirma.
Santana comenta
também a possibilidade de empreendedorismo na área, já que, na formação, as
técnicas de cuidado e preparo animal são desenvolvidas. Com o acréscimo da
matéria, os alunos aprendem a aproveitar tudo de forma consciente, sem
desperdício, em que se preza a necessidade e a qualidade.
A aluna Milena Naldi diz que o legal da
disciplina é que os estudantes podem ver como é feito a aproveitamento dos
alimentos e que antes não fazia ideia de como era esse processo. “Conhecemos a
maneira correta de preparar o nosso produto, sem perder suas propriedades,
priorizando uma ótima qualidade até chegar às mesas para comer.”
Para professor Junqueira, a esperança é de que
os investidores dessa técnica vejam além da estética do produto e avancem em recursos
que possam contribuir com questões alimentares. “Ninguém está preocupado com as
necessidades básicas, dá para ser feito um alimento de baixo custo que possa
matar a fome do mundo, isso faz parte da tecnologia de produtos e é isso que
temos que mostrar aos alunos”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário