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quarta-feira, 25 de abril de 2018

Passatempo: do Emponderamento feminino a renda extra, motoristas contam rotinas no campus

De diferentes cidades para o campus 2, motoristas
esperam cerca de 4 horas diariamente
Foto: Brenda de Oliveira

Brenda de Oliveira
João Martins
Michelle Santos
Regina Santos
Sandra Prata
Thais Vizari

Diariamente no meio do agito do Campus 2, no estacionamento, os motoristas se reúnem e esperam até que os estudantes cumpram suas lições na Universidade.

Geladinhos, empadas e mini-pizzas
também fazem parte do ganha pão
Foto: Michelle Santos
Porém, se engana quem pensa que as mais de quatro horas de espera são motivos de reclamações por parte deles.

Spencer Willians é motorista há dois anos de um dos ônibus de Presidente Venceslau. Ele é conhecido entre os universitários por suas vendas de geladinho, empadas e mini pizzas. 

"No tempo livre a gente anda pelo campus, conhece a universidade", conta.

De acordo com ele, às vezes se reúnem entre eles para fazer churrascos e jogar conversas fora durante a espera. “Além disso, alguns motoristas aproveitam o tempo para pregar a Palavra de Deus”.

Tatiana, única mulher entre motoristas, tem sintonia com alunos
Foto: Thais Vizari
Força feminina

Já o município de Pirapozinho é o único que conta com uma motorista do sexo feminino, Tatiana Santos trabalha com isso há 14 anos e faz o trajeto até o campus 2 há cinco. 

"A parte que mais gosto é o contato com os alunos, conversar com eles". Sobre as horas de espera, a motorista sempre procura conversar com os colegas para passar o tempo e chegar em casa para ver o filhos de 1 e 4 anos.

Tatiana conta que antes de trabalhar como motorista, era secretária de uma transportadora de caminhões, e devido ao salário, migrou para os volantes. “Na época, eu consegui me destacar por ser muito prestativa”.

Segundo ela, apesar do fato de ser a única mulher que traz os estudantes ao campus, nunca sofreu nenhuma discriminação e sempre foi tratada de igual para igual. "Minha família é toda de motoristas, então sempre foi algo que tive contato". Fora isso, ela reforça que apesar de ser uma profissão com maioria masculina a recompensa salarial é a mesma.
Spencer faz suecesso na venda de geladinhos e salgados
Foto: Michelle Santos

Nos seus cinco anos de experiência no campus, ela revela que o momento mais marcante foi quando estava grávida e mesmo assim ainda pegava a estrada. 


De acordo com ela, um dia enquanto voltava para Pirapozinho, o ônibus quebrou no centro de Presidente Prudente. “Eu fiquei muito grata, pelos alunos não terem me abandonado e pela fidelidade das oito alunas que ajudaram a empurrar o ônibus. Sinto que tenho uma sintonia com eles”.

Mais quilômetros vencidos

Osvaldo de Freitas sai de Santa Inês do Paraná, 17h, diariamente para trazer 32 estudantes ao Campus. 

"Paizão" dos alunos, Osvaldo dirige 110 km todos os dias
Foto: Brenda de Oliveira
"Primeiro ano que faço esse trajeto de 110 km, mas para mim é uma terapia", explica. Segundo o motorista a principal diversão é bater papo com os amigos. "O tempo passa que você nem vê, chega e já está indo embora".

Ele, aos 62 anos, é como se fosse um pai para os universitários. "Sempre falo, tem que estudar agora e deixar para festar depois, é como se eu fosse um paizão mesmo", finaliza.

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